Caminho próximo ao Oceano Manifesto...
Em cântico solene..exercício de concentrar-me em Foco...
Após o rito..
Quando através de voz e louvor..ouso desafiar a "Força Material"
Sou convidado a uma Arena...
Um rosto em meio a multidão ressoa negativamente em mim..
A mente divaga..e logo estou num outro transe...
Fumaças negras..e odores..movimentam-se..o ato inicia-se...
Logo sou envolvido por lembranças...
Rostos..Atos..Epsódios...
Fragmentos de Dor, que o tempo ainda não apagou...
Todo o logo é soerguido..
E enquanto divago sentindo tudo..todas as lembranças negativas..
A Serpente vai vagarosamente erroscando-se...ascendendo em mim..
Cada segundo..traz um acúmulo de Dores não cicatrizadas..
Marcas em minha carne e espírito..tralhadas pelo Outro..
Gomas de ódio que anos após anos fui engolindo...
Ira não direcionada..que cultivei em mim..
E assim..transmutada em Rancor tardio..tinge-me a Tez...em Negro Tom..
Densificam-se os Corpos..Dentes..Olhos e Garras..
Enquanto ascende..
A Serpente vai vestindo-me..com tudo o que deixei..
Logo a íris também é cortada..em risco Ofídio...
Vejo-me habitado por um velho Princípio..monocromático..
Vejo-me povoado por tanta Cólera..pelos atos alheios..
Vejo-me munido de Ira..interna e externa..por ter sido tão passivo..mediante tudo..
Por um instante...
Não reconheço a importância das Virtudes..da Paciência..da Fé..
A Serpente corre de um lado a outro..
Sibila mais e mais..aumentando a Chama Negra que pulsa..
Torno-me cego pela Raiva...
Já armadurado com tudo que Fui..
Já coroado como Filho Negro..do Ckaos..caminho..
Já Quase era novamente quem eu Fui..
Para tal..restava apenas tomar em mãos o Cetro..
O Ato de Tragar..sombrio e denso..
Perverso e negro..
Caminho..
Prestes a retornar a tudo que Fui..
Prestes a largar tudo para novamente ver-me Lúgubre
Há dois passos da conclusão da re-metamorfose..
Há dois suspiros do ato de Tragar..
Sou Preso..
Meus pés não mais se movem..
Sou fixado por algo interno...
Voz quieta que me arrebata para longe...
Não permite a Conclusão do Rito..
A Serpente agoniza..blasfema..
O Cântico afasta-a...
E aos poucos venho sendo re-despido..
Vagarosamente retiro todas as parafernálias que usei um dia..
A Cólera permanece...o nojo por todos os que foram Sujos em seu agir..
Re-conduzo o intento da Cólera..
Transmuto-a em Força e Intensidade no meu Caminhar..
Ratifico a importância de ver-me assim...Distante...
Tomo o Arco em mãos..
Deixo as Vestes..
Deixo a Serpente...
E aos poucos ei de deixar..
O que ainda me causa tormenta..
Chaga..e Pena...
Seguro firme no Rosário de Fé..
Quase tombei..
Quase retornei..fui salvo pela Voz...

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