quinta-feira, 22 de dezembro de 2011



Os anos passam, e pouco a pouco observo quem é o responsável por aquilo que chamam de Contentamento...ou Felicidade..
Nesse mundo, surdo..e mudo para as vozes individuais(por vezes também mudas)..
Com quem devo contar senão com o meu Sonhar ?

O Tempo vem, e ceifa tudo aquilo que permanece temporariamente tomado pelo verbo Ser...
O Tempo vem, e logo templos de cinzas...
Amálgamas de Dor e Desespero..

Minha apatia e misantropia, por vezes torna-se contraditória com a minha necessidade de alguém próximo..
Não um qualquer alguém..,alguém que SEJA

Manifesto a minha inquietude, e plena insatisfação desse dito "bem viver"
Busco uma saída para manifestar a paz que um dia senti..
Desejo firmemente voltar aqueles campos silentes, onde sinto que seria feliz sozinho..

Nas minhas horas de pleno desespero, em que não posso contar com o amigo cigarro..
Agonizo,na ânsia de que o amanhecer apague, o que a mente não conseguiu solucionar..

Sou um desesperado..
Um vivo num cemitério, em busca de Vida

sexta-feira, 6 de maio de 2011

http://www.youtube.com/watch?v=n98hizR2MnU&feature=fvst






Dedico essa música às minhas Cinzas...

domingo, 1 de maio de 2011




A ti...

Que sempre me acompanha...

Que levo comigo onde quer que eu vá..
Tu que chama-se Tristessa...
Tu que conheço a tanto tempo...

Ontem lancei-me a Lascívia..
Sem perder-me, fiz-me Perdição
Sorvi e fui sorvido..

Fiz de língua e tato, meus artefatos..
Tudo provado..e visto em câmera Lenta..
Como num congelar de Tempo jamais visto


Assim fiz-me iniciado em Baco

Tanto que foi sorvido..
Tanto que foi sentido..
Apenas para saciar o sentido de Expurgo..

Por fim..
A mesma Tristessa...
De ver, que nem todo gozo é capaz de Suprir-me..

"Tudo o que eu quero é um acorde Perfeito Maior "

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


É através do atrito das cordas do meu Ser..
Que hoje re-aprendo sobre o sentido da minha identidade
É assim que assimilo a diferença entre Força e Peso..
A importância de cada um...em seus diferentes aspectos..
Enquanto permito-me notas simples...
Mas tão cheias de Sentir..
Toco em mim a melodia que me foi calada..
As quiálteras de sentir negadas..
A fermata de sentir perdida
Vejo assim um belo sonho manifestar-se..
Sim..ainda há resquícios de Dor..
Toda corda partida ainda sim ressoa..faz reverberar
E tendo eu já visto partir tantas Cordas..
Poderei ainda permitir-me Tocar e ser Tocado ?
Sim...é claro que sim..
Haja vista que a força da Canção que carrego
Não pode permitir que apesar de tudo, possa eu deixar o arco vir ao chão..
É claro que haverá novas Cordas..
Quantas necessárias até que a Canção sinta-se plena..
Aos poucos..
Sinto em mim a companhia de um deus, que não vi nos livros
E nem nas preces..
Faz-se presentea através de música...
Toca-me e faz-me caminhar apesar dos Pesares..
E assim vejo-me em Espanto..
Ao perceber que nessas horas ainda difíceis..
O Lamento não se faz presente..
Cede lugar a uma astúcia Felina..que não me deixa fraquejar..

Não me deixa perder o ritmo do Arco..
O Compasso de sentir..
Ainda que Sentir, hoje tenha apenas um sentido autofágico..
Sim..
É assim que tenho tido Força..
Lutando..
Amando o ato de Sonhar..

segunda-feira, 29 de novembro de 2010



Partir...
Novamente partir-me..
Partir não para fragmentar-me..
Partir para fugir de meus vestígios..
Meus Sonhos mortos..
Partir para bem longe onde não possa mais ver..
Onde possa então sentir-me seguro das Noites..
Noites de frio em desalento..
Noites tantas que reúno em mente..corpo e Sentir..
"Partir em busca de Alguém...
Que não sei quem sou..."
Novamente sinto uma enorme vontade de ir para Longe..
Dessa vez não para buscar o mesmo que me fez aqui vir..
Sim..
Novamente fugindo de uma Dor..
Mas despedaçado o bastante hoje, para não mais Buscar..
Esterelizar esse Kore que só verte..
Transmutar esse sentir que em todas as manhãs pranteou..
Lamento escorrido..Desencanto vão..
Quero partir...
Quero partir..
Vou buscar alguém que eu nem sei quem sou !

quarta-feira, 17 de novembro de 2010


Acontece...
Acontece do Cansaço chegar...
Do peito chiar de tanto trago...
Cansaço do que Trago...
De tudo que trouxe, e trouxe-me até aqui..
Acontece de meu coração ficar Frio..
De me ver assim tomado pelo Frio..
Se eu ainda pudesse fingir..
Fugir..
Mas não posso..
Nem quero..
Quero..
e Talvez Possa..
Acontece de ver-me assim
Como resto de fumaça solta..
Como resto de cigarro lançado ao Nada..
Se eu ainda pudesse fingir..
Ah se eu pudesse...

sábado, 11 de setembro de 2010


Entre um suspiro e outro..
Um salto de Sentir e outra qualquer banalidade de Pensar..
Tento compreender os fios que me levam a ainda Sentir..

A Sentir saudade..
A lamentar-me pela ausência de uma Ilusão..
De algo que claramente não Era..

Enquanto molesto os pulmões..
Faço o espírito refletir e re-acomodar-se com a antiga idéia de Vazio..


E por um instante me indago..
Se a Dor que sinto agora, é realmente maior do que todas as outra que senti..
Quando estive Só..mas ao lado de alguém..

Entre um sopro e outro..
Num ritmo preciso de Vida e Morte..
Vou pouco a pouco assimilando..a cor da real Verdade..

E quanto ouço ainda na mente as Duras palavras outroras proferidas..
E as duras noites de silêncio a dois..
A inquietude de estar lado a lado e ainda sim ser ausente a presença do Toque..

Vejo que mesmo Doendo hoje..
Talvez essa dor seja menos intensa da que foi a de outrora...
A Dura Dor que por tanto cultivei.aceitei..
Para manter viva uma Colorida Ilusão..

Colorida..
Mas ainda sim Ilusão..
Aquilo que não É

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Que Alva cinza é essa que Resta ?
Resquício de Nada que ainda povoa..
Medos..
E sonhos..
Pesa-Delos que teimam retornar...

domingo, 20 de setembro de 2009


Névoas e Mente..
Insuficientes formas de tentar modelar o que é Eterno..Indecifrável..
Dor e Silêncio..
Peso de Olhos e Voz..
Filetes do desencanto que deixo escorrer pela Máscara..
Nomes..Formas..Trilhas..
Voltas ciclícas no mesmo Desencontro..
Torrentes que trago..
Tragos de expurgo já não existentes..
Fica o Olhar..
Fica o Peso..
Fica o Ócio de ainda Ser..

sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Lágrimas..
Partes vertidas de Mim mesmo...
Fragmentos do meu Eu não-encontrado...
Azeite alvo da Agonia..
Salinas gotículas que escorrem pela face do Espírito..
Frutos cristalinos do Descaso..do Desalento..Desencanto..
Inevitáveis lágrimas que verto dia após dia..
Na agónica buscar pela Completude...
Vertendo pelo seres..
Envolvido pela Trama...
Degustando de cada instante de Vivência...
Sinto eu em hiperbólica Sensibilidade tudo que Passa..
Tudo que Passa sem assim Ser..
Tudo o que já faz-se Passado no presente Presente..
E assim como a furtiva lágrima que evapora..
Busco eu, sublimar-me...
Transfigurar-me em Transcendente..Taumagurgia..
Na fantástica Obra de amar..
Aos que vestem a face de Opositores...

sábado, 22 de agosto de 2009



Quieto...
Como não estive em noites passadas...
Num ir e vir lento..de respirar...
Assim me vejo perante o Hoje..
Após despertar de um sono leve..
Proponho-me uma Caminhada..
Solene..
Tiro do bolso um velho Instrumento..
Arte-Fato da arte que novamente me enlaça..
Troco o agónico sopro do Cigarro..
Pela densa e firme tragada do Fornilho..
Assim pareço inicar o Prelude de um movimento ainda não iniciado..
Re-organizando a paciência que sentir tudo lentamente
Deixo que a fumaça espiralize-se em imagens distorcidas..
São formas inomináveis..e por assim serem..são eternamente Belas..
Entre passos e tragos...
Reflito sobre minha caminhada..
Os arcanos por onde passei..o ponto firmado..a estrada a vir..
De Louco..
Fiz-me enamorado..
Mas agora, inexplicávelmente ouço o telintar do Eremita..
A alva fumaça..
Me confessa, que não mais me cabe o Manto Negro..
Mas as sandálias firmes convidam-me para a descoberta de um novo sentido de ser Só..
Seria então o retorno ao fornilho
A prova exata do que há por vir ?
Enquanto a mente divaga longe..
Distancio-me involuntariamente do meu Kore..
Deixo que o Espírito re-flua sobre meu Sopro..
A Calmaria me espanta..
E conhecendo o elo que há entre ela e a Tempestade..
Espanto-me ainda mais, ao ver-me ainda assim..Calmo perante tudo..
O adocicado tabaco se esvai..
Cessa o sopro alvo..
Guardo o sabor intenso e forte, do tabaco nos lábios..
Regojizo-me nos mistérios indecifráveis..
Guardo a Calma que ainda resta...
Sópro..

quarta-feira, 5 de agosto de 2009



Ergue-se..
Lenta e exata..
A mesma face re-torcida do Desencanto..

Desalento de ver-se assim novamente em abandono..

Ergue-se da tumba de Sonho mortos..
Branca e Fria..como a apatia que resta..

No Espelho..
O mesmo re-flexo do Olhar fosco..

Incompreensão do sentido do Ato..
Aban..Dono..

Dono(a) de mim ?
Eis o Sentido da Solidão ?

Eis o motivo exato do sentido agora vertido ?

Ergue-se fria e Lenta..
A mesma face já vista...

Arrastam-se as mesmas correntes do único Lamento..
Lamento que agoniza..


Encanto enjaulado..
Cárcere em Desalento

terça-feira, 21 de julho de 2009


Chega de Invernos..
Outonos precoces..e folhas caídas...
Chega de Pranto Vão..
Raízes regadas com o amargo veneno da Dor.
Já não suporto a acidez dessa Seiva negra..
Já me exausto de ver-me assim Encharcado de Cortes..
Que seja esse o último Des-florecer..
O último verter do pranto agónico..
Em lentos passos..
Recolho no vento as sementes de Sonhos perdidos..
Busco a força para replanta-los..
Busco a Fé para Crer..
Ei de Caminhar pela margem do Rio da vida..
Em busca dos Ventos germinativos..
Do Sopro certeiro do Encanto que habita..
A Vida..o Canto..o Riso !
Ei de ir Buscar o Re-florescimento..
O retorno da Primavera...
Ei de Re-colorir os Olhos Meus..

sábado, 18 de julho de 2009










Aqui...
No exato palco de encontro entre o Vazio e o Desencanto..
No firme e Infinito Branco que me cerca...
Aqui..
Onde as vozes silenciam as Dores presentes..
E as presenças ratiicam o estado solitário de Ser..
Nessa interminável Alvura
De Presenças mortas..
Vultos de seres que não mais são..
Aqui..
Onde descansam as moribundas lembranças da um filete de Vida..
Nos escombros dos Sonhos pintados..
Aqui..
Nessa terra não mais minha...
Envolto nessa Multidão agónica..
Desespero o meu grito Mudo..
Na Profunda Inquietude de me ver assim...
Tão Alheio a Tudo..

quinta-feira, 16 de julho de 2009


Em passos rasos..
Nos escassos rastros de minhas vidas passadas..
De minhas Quimeras mortas..
Em passos lentos..
Como os ponteiros do relógio da memória..
Como as noites insones, de Pranto vertido..
Em castos pontos não firmados..
Desconexões de minhas Verdades surrealistas..
De minha Fé escorrda em fino Pó !
Nas Notas que deixo incompletas nos meus compassos de Ser
Pausas que salto para não perceber o peso do Tempo..
Tempo descompassado em minhas idas e vindas solitárias..
Nos meus passos mudos..
Meus gritos surdos..
Está a Ausência do Meu eu..que teimo em Perder/Desencontrar..

segunda-feira, 13 de julho de 2009


E quem pode deficrar o Enigma do meu Atual Olhar ?
Meus olhos diminutos e brilhantes..
Perdidos na complexidade de Ser..Existir..Sentir..
Submersos nesse oceano de possibilidades que a vida me propõe...
Ah meus olhos calmos..
Tão oceanicos quanto o músculo pulsante que trago em mim...
Olhos D'água..
Torrentes do Encanto nos dias de Vida presente...
Afluente inexato nas noites de Lamento...
São os olhos meus a via de acesso certeira a minha Essência...
Desconhecida...
O meu Olhar presente..
Fruto de uma assutadora e inocente ignorância sobre o Segundo por vir..
Meu Olhar quieto..ainda que temente..
Cintilante em Êxtase..aquoso..Lacrimal..
E hoje..
Quem ainda pode ousar deficrar o Enigma do meu Atual Olhar ?

domingo, 12 de julho de 2009





Dança...
Bela Dama de tez enegrecida...


Dança e movimenta meus tons também Negros..
Mescla-me com teu Rubro sabor...

Dança Bela Dama de movimentos certeiros..
De voltas e contornos exatos...

Envolve-me nesse Laço que é Sentir-lhe..
Tocar-me..Adentrar-lhe...

Sou no instante de tua Dança
O próprio Silêncio contemplativo..

Devoto de teus passos cheios de Vida..
Teus rodopios que me livram do penoso Pensar..

Dança infante Senhora..
Deixa-me beber do rastro dos passos teus...





terça-feira, 30 de junho de 2009



Abandonar o Abandono...
Eis a vontade que mais Pulsa no resto do músculo que teima em Pulsar..
Desfazer-me de tudo que já vivi..
De todo a crosta que fui obrigado a vestir para proteger-me da Frieza alheia..
Esconder-me na Nudez do meu Sentir..
Na Pureza que resta na alvura dos meus pés..
Recolorir meus olhos..
Renovar-me em Vida..
Abandonar o Abandono !...
Desnudar-me de tudo aquilo que não é Amor...
Vivenciar a Essência do meu Ser !
Fundir-me no Oceano primordial...
Abandonar o Abandono !..
Eis o Ponto firme..ainda não firmado..
Eis o motivo da chaga ainda Ardente..
Abandonar o Abandono..
Abandonar o Desamor...

sábado, 27 de junho de 2009


Ódio Negro !...
Cântico Negro que Agora Evoco !
Rancor desmedido..
Sentido na Carne Sangrada...
Açoite traiçoeiro..mascarado de Sentir...
Ódio Negro !...
Cálice de Betume agora Vertido dos Olhos crus..
Face transmutada em Bestialidade Plena !
Acúmulo de Ira não Direcionada..
Garras que Rasgam a Face dos Falsos..
Presas que Dilaceram toda forma de Crença !
Oh Ódio Negro !
Voltaste como brisa soturna..
Fria e ligeira..Marcante e Só !
Como um Sopro ae Lembrança..
Do Engano..da Ilusão !
Oh Chaga maldita dos Homens..
Pestes fingidas..
Cabíveis em suas devidas Misérias..
Merecedoras do Peso do Desencanto..
Óh Ódio Negro !..
Sinto-lhe..
Sigo-lhe..como uma faísca obscura da Vingança que o Tempo já traz..
O Dissabor explicitado nos Olhos..
O Ranso dos Sonhos Mortos..
O Peso da Mentira ofertada...
Óh Ódio..
Óh Caos..
Óh Negritude !

quinta-feira, 25 de junho de 2009


Deixa..
Pois já sinto o ácido aroma do Enxofre aparecer..
O Prelude um tomo que logo assim padece..
Já conheço os fios desse interminável Ciclo..
Já é hora de vestir-me de Descrença..Desalento..Desecanto..
O Belo já se retira do palco..o trágico atua em eterna Cena..
Deixa..
Pois meus olhos já cansados..
Reconhecem cada mesmo passo em diferentes pés..
Mesmo olhar Fosco..
Mesma apatia Fria..
Mesma fraqueza Vã...
Deixa..
Pois já não há espanto de ver-me assim Sozinho..
Sendo Fluxo e Re-fluxo provocado..do meu Intento..
Pois já soam as badaladas..
Os Compassos dissonantes..
Mesmas notas marteladas em plena Sacra Agonia..
Deixa-me..
Como os tantos que vieram e assim partiram..
Como as tantas Palavras vertidas..agora Carbonizadas..
Deixa-me como o Encanto..
Sorve o contrário exato..bebe do Cálice não-Alvo..
Deleita-se com o fatídico fio da Ilusão..
"Pois o Tempo sempre Dissonante...

sábado, 30 de maio de 2009



Deixa..
Deixe que os corpos em Dança..traduzam aquilo que as palavras não alcançam

Deixa Perder..
Perdermo-nos nos passos e toques da Dança..

Dança Silenciosa..
Passos cheios de Sentir..

Deixa Fluir..
Florescer em Fluxo..

Favorecer o Ato..
Falo..
Das Cores..dos Cortes..do Corpo ao Coração..

Deixa-nos..
Mata-nos para para que assim Nasçamos..

Deixa-te..
Deixo-me..

Deixo-nos..
Ser tudo o que é Potencialmente Vivo !

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quero lhe falar das Cores..
Não das Dores que trago em mim..
Quero lhe falar dos belos Atos..
Não dos tragos ainda marcados..
Quero lhe falar das Certezas que oculto..
Dos tom dos Sonhos que velo em monocromática Apatia..
Quero lhe dizer do Encanto..
Dos cantos que canto que me vejo assim devotado a Vida..
Quero lhe dizer do meu estado não-fosco..
Mais que presente..no Presente pulso da vida..
Quero lhe dizer do Brilho..
Não das noites insones..e do sal lacrimal..
Quero lhe dizer do gozo do Sentir..
Não das batalhas internas que travo em mim..
Quero lhe contar dos Risos..
Sem assim inventar um só brilho inexistente..
Quero lhe falar dos Sonhos..
Dos alvos sonhos que ainda trago em mim..
Quero lhe contar da Inocência de Amar..
Sem assim deixar-me enegrecer pelo Arconte que encarno
Quero lhe Contar da Vida..
Sem assim ausentar-me Dela

sábado, 9 de maio de 2009



Tocar..
Nesse instante tocar apenas os pés n'água..
Refundir-me ao Oceano de Sentir que sou..e reperceber minhas ondas..
Ter força para permitir-me o Renascimento..
Não mata nada..mas apenas permitir que o Novo venha..
Aprender com o curso das Ondas..sobre a inevitável mutabilidade do Existir..
Eis o meu Desafio..
Deixar-me ser levado pela maré..
Deixar meus Eus passados serem silenciados..
Deixar-me Fluir através do que sinto..
Reaprender sobre o Binário..
Amar o Gozo..e amar também o instante de gozo ausente..
Ver-me novamente como Infante..
Cheio de temores..cheio de inseguranças..
Todos os componentes necessários e inevitáveis ao que é Sentir..
Deixar-me Fluir..
Ser tocado e transmutado pela Lua que ascende..
Acender em mim a viva chama do Novo..
Do Desconhecido !
E quando entenderei que velhas vestes não me servem..
Para fluir nessa nova oceanidade ?
Quando aceitarei minha falência Humana..sem assim Decair ? (ceder ao extremo )

Tocar...
Tocar não só as Águas..
Tocar e aceitar o intento do Toque alheio..
Do gozo ao Pranto..
Da Agonia a Salvação..

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Um estado estático..
Externamente estático..
Um doce movimento Interno..que me conduz ao...
Nada..
O Nada em que me percebo EU..
Indivisível forma que envolve meus devaneios e sentires..
Sopro lento..alheio ao trago..que afasta a "Verdade" de mim..
Quem vê meu olhar cinzento..
Logo diz que não amo a Vida..
Que em mim só há Desencanto..
E como não colerizar-me com tal blasfêmia..
Acaso o que me causa Desencanto não é a própria carência de Vida..
Na vida dos Homens ?
Tudo se resume a um Mendigar lento..e raso
De uma metafísica tola que nos propõe Sermos..quando não formos..
A Verdade pouco mais importa..
Cada Toi que meu há de ser Toque Certo..
Cada Beijo..Cada Ausência..Cada Gozo..
Tudo há de ser a Veerdade pulsante..
Da Forma em que a Existência desejou..
Da Forma que a minha essência possibilitou Ser..
E que nada pode ser mais Veerdadeiro..
Do que o Pulso do Hoje, que logo se aniquila..
E que nada pode ser mais verdadeiro do que laço do Amar/Viver

terça-feira, 5 de maio de 2009


Teclas..
Negras Pétalas.
Chuva rasa..
O que incorporo quando tal Tercina ?
De que retro-alimento o meu Kore ?
Decaio..
Dessa vez..sem nada profanar..
Decaio a minha visão de Perceber o Hoje !
Soprar o passado e suas pétalas negras..
O que ainda resta a mim perceber sobre o Tempo ?
Será que na presença do vento Lúgubre do Hoje..
Esteja eu re-lembrando as noites escuras do Ontem ?
Não devo permitir velhas manchas no Novo manto vestido..
As teclas rangerem numa soturna melodia..
As flores do Hoje..
Despetalarem ao som do Desencanto..
Não Devo.
Não Quero..
Não Vou...

domingo, 3 de maio de 2009






Escorro os Dedos pelas Velhas teclas de Sentir..
Sinto na pele os arroubos de ainda Tocar o outro..
Tocar no Outro a Canção de Sentir que trago em mim..
Tocar o Outro e assim ver-se fluindo através do Toque..
O Toque de ser tocado..tocar um ponto da Vida pela forma de Amar..
Diferentes Corpos tocados..Uma mesma Melodia ?
Diferentes notas..em tempos diversos..
Ainda sim..é a mesma essência que trago como Moldura..
Acorde feito de Zelo..Cumplicidade..Laço..
Sendo o Outro não só um outro Tocador..
É também instrumento..por onde re-leio a minha Partitura de Ser...
Meus mistérios em compassos Largos..meus sentidos em mistérios Vãos..
Sinto ao Tocar..
Re-vejo em mente todos os outros instrumentos tocados..
E todas as formas, em que esses me tocaram..
Foco meus Dedos e Kore no Ato de Tocar o Tempo Presente..
Ressoar de mim o Encanto que outrora deixei oculto..
A parte mais sensível de mim..não é oculta..mas ainda sim invisível aos Olhos nús..

quinta-feira, 30 de abril de 2009



Garras perdidas..
Quero-as em punho firme..
Quero-as assim firmando na Carne o que trago em peito..

A parte Complementar-Antagônica do que Sinto..
Revolta Firme..
Cólera Vã de Sentir..

Raiva do Eu ?
Frágil e Covarde ?
Ou ira dos Tantos ramos já passados ?

Cólera da Frigidez minha ?
Ou Desencanto pelo que hoje é tido como Belo ?
Raiva do Eu ou dos Outros ?

Garras escondidas..
Armas deixadas nas esquinas da Vida..
Quero-as agora na Carne..

Deixando escorrer o azeite quente..
Que já não trago nos Olhos..
Não podendo lacrimar os Olhos..Que chore a Carne !

Ranca..
Extirpa..
Inflama..

O Nó travante que trago aqui..
No Canal que conduz ao Sentir..
Na Via para o Kore..

Vai !..
Garra minha..
Prova da bestialidade que ainda há em mim..

Corta e tira !
Deixa escorrer o licor virulento
Deixa escoar a Incontrolável Mágoa que trago..

Sem receio..
Sem gemido..
Sem acalanto..

E já me pouco importam as Palavras
As Crenças..
As Formas !

Que saibam todos os Ventos !
A Doença que me habita é a Mágoa ! A Descrença infindável
Um Auto-Rancor..por ver-me assim..Alienígnea de Mim mesmo !


Garras minhas..



domingo, 26 de abril de 2009



é meu grito..
Meu esboço de Vidas traçadas..
Traçados do Destino perdido na surrealidade dos meus EUS..

é o gemido..
O Rascunho sem forma de algo que insiste em existir..dia após Dia...
O mesmo peito que pulsa em Busca de Vida !

é o rastro..
Restos de mim entalhados na alva máscara vestida..
Ramificar de minhas insanidades..anarquias..

é o rancor..
A necessidade de algum fio que me ligue ao Todo..
Um ponto fosco que ligue o Todo a Parte..

Eu sou A Parte..
Eu esqueço o Todo presente..
Eu Sou em tudo que Faço..

é a Parte..
é a Besta..
é a Cela..!

sábado, 25 de abril de 2009


Expurgar..
Fluir não forçado..que permito-me..
Ação em inatividade..

Deixar fluir o que já não é..
E se não é como reter em mim ?

Sem esforço algum..
A escolha é feita..
Escolho o Eu..escolho o Hoje presente no meu Eu..

Escolho o que por natureza é..
E se os tantos outros laços também não forem..
O que farei senão novamente escolher o meu Eu..que por si é ?

Sem esforço e remorso tudo fluir..
Resto de fumaça de um trago já vencido..
Carbono fúnebre que escapa..

Escolho..
Escolho..
Eu..Tolho..

Qualquer tentativa de enraizar-me nesse Ato..
Qualquer Quimera que me fixe no que não é..não pode Ser..
Recolho as partes de mim..

E como um cigarro gasto..
Eu parto..
Em cinzas..bagos..restos..