quarta-feira, 11 de março de 2009


Nasci..
Marcado pelo fato de Sentir...
Ainda pequeno tangido pela marca da certeza da Morte..
Riscado pela faca da ausência do outro...
Fiz-me caminhante...
Fingi saber o que era o sentir..
Eu..adulto infante..casto de lábios..virgem em atos..
Arrisquei-me pelo coração..
Lançado ao chão tive a ingenuidade traída..
Verti..sangrei o primeiro vaso..
Tive então o teste de aguardar o tempo de novamente Amar..
Sentir-me..suportei por invernos tudo em mim..
Até que pudesse encontrar o novo e mais forte sentid do que é o Amor..
As dores foram as condutoras de tudo o que os meus olhos já avistavam..
Despi-me para o inrreconhecível..desconhecido..
Saltei as críticas alheias..acreditei no ser..
Vi aos poucos entre Silêncios e ausências..
Uma linda flor brotar..
Espinhosa..mas ainda sim bela..
Arrisquei-me então na maior campanha do Kore..
Tive que descobrir sobre a Força..
Fiz do braço meu escudo..
Vesti máscaras..mantos e coroas..
E no instante em que tudo era belo..
Tive que partir..
Deixar todo o Ajuste..
Ermitar para longe..e assim aprender novas lições..
Aprender a tão desejada independência..
Ainda sim perguntam-me :
Que seu eu sobre o Sentir ?
Tido como Algoz..do coração amante..
Fui escarrado por aqueles que disseram assim amar-me em Pacto solene..
O Tempo provou onde morava os reais Princípios..
O Tempo..despiu aquele que realmente sentia Amor..
O Tempo uniu-me as suas sandálias..
E assim pude entender novamente do que é ser Alvo..
Assim..
Tratei de tentar cultivar em mim..a semente da Fé perdida..negada..
Re-tratar..um solo já ácido..pelas densidades dos erros..e profanias..
Tive assim que aprender a erguer-me..
Para assim ver-me rendido ao Absoluto..
Rendido arconte, que não mais existe..
Ainda sim..
Aos olhos alheios..brilha a ilusão do meu desejo Egóico de Domínio..
O que desejo senão caminharmos juntos ? Ainda que distantes ?
Acaso não seria assim em Sonho ?
Acaso não é esse o sentido da Luta ?
Como não iniciar tal teste desde o Hoje ?
O Cálice de sentir..
É tomado pelo limbo de velhos pensamentos..
Velhas idéias sobre o que é o Mundo..
E ainda que esse seja hipoteticamente feito de lama e dor..
Como não vestir-me de Alvo..Pureza..e Vida..para assim continuar a existir em sanidade ?
Como render-me a sujeira do Mundo ?
Eu..
Libertino não prático..fruto de observações de vivências alheias..
Nego com mais intensidade o que outrora foi-me ofertado..
Quero a Vida em verdade sincera..
Feita de risos, de filhos..consorte..e cães..
Quero laço alheio a desejos mesquinhos..
Gozos intensos..não apenas do corpo..
Mas do espírito que transcende tudo o que é apenas Manifesto
Quero o acordar contemplativo..do olhar de quem Amo..
Acaso desejo o céu ?
Os tesouros dos Reis e Senhores ?
Acaso desejo o Poder que há nas mãos dos Deuses ?
Não..
Nego tudo o que por si não é pleno..
Peço apenas a luz simples e viva do Companheirismo..
Da Confiança de que a palavra dirigida..
Não provém de um intento frio e baixo..
Mas de uma partícula do Absoluto que habita a todos..
Eu..
Mosáico de coisas não feitas e ditas..
Firmo-me no Alvo líquido do meu Sentir..
Ainda que julgado como vetusto..
Ainda que tomado como anacrôncio..
Não sinto a beleza na dita Modernidade dos que rondam...
O presente..é apenas uma criança..
Neta do ancião passado..
Devota eterna por natureza..do Senhor Futuro..
Eu...
Sonhador de Laço..
Ei de manter firme o Brasão que trago no peito..
Prova de que Sinto..
Amo..ainda que em laço invisível..
Intocável..

Um comentário:

Wilsius Norte disse...

Belo... Transcende o outro e chega a si. De encontro com o reflexo, o que vê? Esboço ou ensaio?

Abraços.