quarta-feira, 11 de março de 2009



Escorre...lento e fino..
Lícor de dores..de um Sentir mal compreendido..
Escorre pelo caule espinhoso do Ser...
Toda a incompreensão sobre o Real desejo e Sentido..
O que é claro..torna-se escuro à compreensão alheia...
A voz clamando a União..o entendimento..é sentida como Urro...
Escorre pelas pétalas da rubra rosa...
Seiva de Lágrima e Chaga...
Misturada as tonalidades dos beijos e abraços...
Como pode haver dúvida de intento, depois de Tudo ?
O que estaria eu..Jardineiro..desejando,senão o dissolver das Individualidades ?
A real fusão dos Seres..complementar sacro das Partes ?
Rosa negra de sentir..
Haverá ainda a certeza do teu perfume..no jardim alheio ?
Entre tantas flores por vi..manterá o teu Sentido de ser, no outro ?
Escorrem lentas..
Lágrimas pela certeza da Eternidade..
A distância do tempo..que só aguça o sentido das dores...
Versos e frases são enigmas..
Inúteis nessa estação..
Estação essa de flores ?
Quais flores ?
Acaso não reguei tantas outras, anseiando regar-te ?
Acaso não suportei fel..e azedumes..por essa Primavera a vir ?
Rega-me com dúvida..
Incerteza sobre o meu sentir..
Rega-me com Verdades vãs...
Nada sei do Hoje..nem do ontem..tão pouco do Amanhã..
Só tomo como espelho o ciclo da vida..de nascimento..doença..velhice e morte..
Teremos tempo até o último Inverno ?
Vida..
Viva a vida...
Verifique o real sentido de Viver...
Ainda que viver distante..
Ainda que viver alheio, ao meu leito..
Sinta o real sentido de viver...
De regar cada lábio em tempo certo..
Cada pétala em tempo firme..
Tudo no correto tempo de Sentir..
Rosa negra..de tantos invernos..
Atiçada por tantos ventos..
Cega e descrente do compartilhar..
Recolho minhas peças..
Regador..pá..adubo..
Deixo-a como desejas..ao Vento..ao Tempo..ao Viver..
Se há dúvida quanto o Regar.
Que sentido há em ainda ser Jardineiro ?
Qual o sentido do Chover em si ?

Nenhum comentário: